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Mito da semana: Orfeu e Eurídice


Orfeu era poeta e músico, filho da musa Calíope e de Apolo. Era o músico mais talentoso, e quando tocava sua lira que lhe fora presenteada por seu pai, os pássaros paravam de voar para escutar, e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento.

Ele foi um dos os argonautas que ajudou Jasão na viagem para buscar o Velocino de Ouro. Durante a ida, acalmava os tripulantes. Durante a volta, Orfeu salvou os outros tripulantes quando seu canto silenciou as sereias, responsáveis pelos naufrágios de inúmeras embarcações.

Um dia se apaixonou por Eurídice, eles se amavam demais. Enquanto Orfeu tocava feliz a sua lira, ela dançava e cantava nos bosque, aguardando por sua noite de amor. Mas Eurídice era tão bonita que, em pouco tempo atraiu um apicultor chamado Aristeu. Quando ela recusou suas atenções, ele a perseguiu e tentando escapar, ela tropeçou em uma serpente que a picou e a matou. O tão esperado casamento não aconteceu.

Orfeu ficou transtornado de tristeza e levando sua lira, resolve fazer uma visita ao Mundo Inferior para tentar trazê-la de volta. Caminhou por muitos dias e noites em florestas e lugares sombrios. Sua voz fraca e o luto, comprometendo  a comunicação com as pessoas. Orfeu chega à entrada do Mundo Inferior, a gruta que fica ao pé do monte Tenaro.

Acompanhado pela paixão, na trilha repleta de frio e silêncio, Orfeu cantava na solidão, quando avistou o rio Estige. Ao encontrar Caronte, Orfeu pede para que ele o leve para encontrar seu amor, lógico que seu pedido foi negado, a barca não leva seres vivos. Ele então começa a tocar em sua lira e com tanto sentimento no instrumento, o barqueiro aceita levá-lo. A canção da lira adormece Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os portões. Sua melodia alivia os tormentos dos condenados e encanta os monstros do caminho. Quando finalmente Orfeu chega ao trono de Hades, o rei dos mortos fica irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu o comove, e ele chora lágrimas de ferro. Sua esposa, a deusa Perséfone, implora que atenda o pedido de Orfeu. Assim, Hades atende seu desejo.

Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos com a condição de que não olhasse para ela até que estivessem à luz do sol. Orfeu parte pela trilha tocando músicas de alegria e celebração guiando a sombra de Eurídice de volta à vida. Porém, perto da saída do túnel escuro, desconfiado de que pudesse ter sido enganado por Hades, ele se vira para certificar-se de que era Eurídice que o seguia. Por um momento ele a vê, mas aos poucos ela vai desaparecendo, e apesar de gritar seu nome, ele a perde para sempre.

Em total desespero, Orfeu passou a vagar pelo mundo, recusava-se a olhar para outras mulheres, até que furiosas por terem sido desprezadas, um grupo de mulheres selvagens e frenéticas, o atacaram atirando dardos. Os dardos não eram nada contra a sua música mas elas, abafando sua música com gritos, conseguiram atingi-lo e o mataram. Depois despedaçaram seu corpo e jogaram sua cabeça cortada no rio Hebro, que flutuava cantando, "Eurídice! Eurídice!"

 

Texto original: Thomas Bulfinch.

Adaptação: Julianne Cabral.

Arte: Autor desconhecido.

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2 commentaires


Bruno Barbosa
Bruno Barbosa
23 nov. 2022

Muito bom. Só faltou um pequeno detalhe no final: as "mulheres selvagens e frenéticas" eram as Mênades/Bacantes, seguidoras enlouquecidas de Dioniso/Baco

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Julianne Cabral
Julianne Cabral
05 janv. 2023
En réponse à

Isso mesmo, Bruno! Obrigada pela informação. 😊

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