Essa é a história de uma flor que nasceu por causa do sol. Não, não é aquela lá da Disney, é a história do Girassol ou, da náiade Clitia.
Clitia era uma náiade, apaixonada por Apolo, um amor unilateral, o que fez ela definhar. Ficava o dia inteiro sentada no chão frio, com as tranças caídas sobre seus ombros. Durante nove dias ficou sem comer, nem beber nada, se alimentando apenas com as próprias lágrimas e com o orvalho gelado. Contemplava o sol, desde que ele se erguia no nascente, até se esconder no poente, depois do seu curso diário. Não via outra coisa, seu rosto voltava-se constantemente para ele. Seus pés enraizaram-se no chão, seu rosto se transformou numa flor que se move constantemente em seu caule, de maneira a estar sempre voltada para o sol, em seu curso diário, conservando, assim o sentimento da ninfa que lhe deu origem.
Será que Apolo tinha conhecimento do amor dessa náiade? Ou sabia e a deixou definhando do mesmo jeito?
Tem outra versão da história, que chama a náiade de Clície e diz que ela era apaixonada por Hélio, o antigo deus-sol.
Texto original: Thomas Bulfinch
Adaptação: Julianne Cabral
Arte: Charles de La Fosse, 'Clytia mudou-se para um girassol." Palácio de Versalhes, 1688.
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